Estamos nos aproximando da Páscoa. O domingo de
hoje é chamado de “Domingo de Ramos”, onde lembramos da entrada triunfal de
Jesus em Jerusalém. O texto nos diz que Jesus chega em Jerusalém. É justamente
em Jerusalém que mais tarde Jesus será preso, morto e sepultado.
Jerusalém atraía pessoas de todos os lugares devido
a suas grandes festas, onde se dirigiam multidões de peregrinos.
Jesus segue com seus discípulos para lá, onde
aconteceria a festa da Páscoa, que era a comemoração da libertação dos
antepassados da escravidão do Egito.
Muitos curiosos passaram a se juntar aos judeus,
pois Jesus havia acabado de ressuscitar Lázaro. As notícias deste fato já
haviam corrido por toda parte. As ruas eram verdadeiros formigueiros de gente.
Não é tão difícil imaginar a quantidade de pessoas
que estavam na rua – é só olharmos na TV as notícias acerca das manifestações
que estão ocorrendo no Brasil. Como as ruas ficam lotadas, assim também as ruas
estavam cheias de gente.
Os discípulos estavam com Jesus. Jesus pede para
dois deles buscarem um jumentinho, que ainda não havia sido montado, e diz
exatamente onde eles o encontrariam.
O texto não deixa claro se Jesus havia combinado
antes com o dono que pediria para buscar o jumento. Contudo, Jesus usa uma
espécie de senha: “digam que o Mestre precisa dele”. Através desta senha, o
dono empresta logo o seu animal.
Vocês já pararam para pensar por que Jesus pede um
jumento? Não poderia ser um cavalo, que é mais próprio para montaria?
Na época, quando os reis venciam alguma guerra,
voltavam montados em cavalos. Os reis que vinham em paz vinham montados em
jumentos.
Assim, Jesus estava demonstrando que estava vindo
como um rei que chega ao seu povo com amor e paz, não como um herói
conquistador.
E tudo isso aconteceu assim para se cumprir a
profecia que havia sido dada ao povo através do profeta Zacarias, de que
receberiam um rei que viria montado em um jumento.
A entrada de Jesus em Jerusalém foi um ato de
coragem. Sua cabeça já tinha um preço. A essa altura ele já era perseguido pela
lei. Muitos já o queriam morto. E este ato demonstra um convite de amor de
Jesus, que tinha vindo ao mundo para trazer paz.
Os discípulos prepararam o jumento com suas capas e
vestes, já que não tinham cela. E muitos outros seguidores foram jogando suas
vestes pelo caminho, para Jesus passar. Lucas não cita os ramos, mas nos outros
evangelhos percebemos que as pessoas também lançavam ramos de árvores no
caminho, para Jesus passar.
A multidão fica eufórica, e começam a aclamar
Jesus! Faz uma grande festa, batendo palmas para o Rei Jesus! A multidão
cantava: Que Deus abençoe o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glórias
a Deus!
Os mestres da lei ficaram irritados com tanta
euforia, e pedem para Jesus mandar calar a boca da multidão. E Jesus responde a
eles dizendo: se eles se calarem, as pedras falarão!
Vocês conseguem imaginar toda a cena, de Jesus
entrando em Jerusalém, e a multidão fazendo uma grande festa? Imagino que deve
ter sido uma cena bem bonita!
Porém infelizmente nem todos estavam adorando Jesus
de coração. Muitos se deixaram levar pela euforia, pelo calor do momento, e
começaram a gritar sem nem saber o que de fato estavam gritando.
Muitos estavam apenas aplaudindo aquele homem que
fazia curas e milagres, e se aproximavam para ver quem era este que era capaz
de ressuscitar mortos!
Outros achavam que Jesus seria o novo rei deles,
que ficaria ali, em seu meio, governando o povo. Achavam que viria com soldados
e exército armado para conquistar a cidade à força.
E então, dias depois, a mesma multidão que antes
estava eufórica, saudando Jesus, estava agora reunida, gritando: crucifica-o! Crucifica-o!
Quando entenderam que Jesus não governaria seu
reino terreno, começaram a acusá-lo de impostor.
Parece que a história não mudou muito de lá para
cá. Assim como naquele dia em que pessoas de todas as idades aclamaram Jesus,
hoje também há muitos que o aclamam. Quando ouvem falar de Jesus, quando ficam
sabendo que Ele pode fazer curas e milagres, que pode tirar a tristeza e dar
alegria, ficam eufóricos e entusiasmados. Mas se de alguma forma são
decepcionados, e não recebem aquilo que elas esperam de Jesus, acabam
abandonando-o, condenando-o, assim como fizeram as pessoas de Jerusalém.
A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém quer nos
mostrar que de nada adianta ficarmos eufóricos com Jesus, se não entendermos
que Ele veio para ser nosso Senhor, deixando que Ele transforme verdadeiramente
nossas vidas.
Hoje em dia há muita gente que se diz cristã.
Frequentam a igreja, adoram e louvam a Jesus, às vezes até gritam e aplaudem o
nome dele.
Mas nem todas essas pessoas tem um compromisso
sincero com o Mestre.
Por exemplo, se todas as pessoas que vão na igreja
tivessem um compromisso verdadeiro com Jesus, acredito que nosso país seria bem
diferente. Muitos são cristãos quando convém, mas não querem deixar Jesus
transformar seu caráter.
De nada adianta irmos na igreja e louvarmos a Deus,
se fora dela damos um mau testemunho, traindo seu cônjuge, ficando com o troco
que nos dão a mais sem querer, furando filas, subornando policiais, comprando
atestado médico falso, falsificando carteirinha de estudante, comprando
carteira de motorista.
Enquanto praticarmos tais coisas, estaremos
louvando a Jesus apenas da boca para fora, e teremos uma fé superficial.
Jesus veio ao mundo para nos salvar, mas também
para ser Senhor de nossas vidas. Se não deixarmos que Ele nos transforme e mude
nossa maneira de viver, nosso louvor será apenas barulho e euforia, não fazendo
o menor sentido para Jesus, assim como aconteceu em Jerusalém.
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