quarta-feira, 16 de março de 2016

Pregação do culto do dia 13/03

Aprendendo a agradecer!


Quando éramos crianças, e ganhávamos algum presente, ou recebíamos alguma coisa de alguém, o que nossos pais nos falavam? Eles sempre diziam: o que se diz? E nós respondíamos, algumas vezes meio tímidos: obrigada!
Via de regra, nós aprendemos a agradecer com nossos pais, não é mesmo?
A regra é: recebeu algum presente, alguém te fez algum favor, agradeça! Isso, acima de tudo, é educação!
Mas, será que continuamos a praticar esse agradecimento na nossa vida?
Lembramos de agradecer sempre que recebemos um presente ou um favor de alguém?
E a Deus, lembramo-nos de agradecer-lhe por toda bênção, por toda dádiva que dele recebemos?
A bíblia traz um relato de algumas pessoas que receberam algo de Deus, mas nem todas se lembraram de agradecer.
Confira em Lucas capítulo 17 versículos 11-19.
Jesus estava indo para Jerusalém. Era sua longa trajetória rumo à cruz. No caminho, dez leprosos vieram em sua direção, e ainda de longe, clamaram: Jesus, Mestre, tenha pena de nós!
A lepra era considerada sinal de pecado. Era uma doença contagiosa, e incurável. A lepra daquela época não é comum em nossos dias. Hoje chamamos essa doença de hanseníase, e são poucos casos, e tem cura.
Naquele tempo, os leprosos eram obrigados a viverem isolados, separados da população. Por isso, viviam em bandos, com o propósito de se protegerem e alcançarem bondade uns dos outros. As cidades eram muradas, e os leprosos eram obrigados a se excluir do convívio da família, vivendo fora dos muros da cidade. Quando alguém se aproximava deles, eles precisavam anunciar que eram leprosos, gritando em voz alta: impuro!, para que se mantivessem uma certa distância deles. A pele deles apodrecia dos seus corpos. Mesmo vivos, eram cadáveres ambulantes.
Apenas o sacerdote tinha o direito de dizer se eles poderiam voltar ao convívio da sociedade ou não. Se alguém ficasse curado, deveria imediatamente procurar um sacerdote, para lhe avaliar.
Um grupo de dez leprosos avistou Jesus. Quando o vêem, logo gritam: Jesus, Mestre, tenha pena de nós! Eles já haviam ouvido falar em Jesus, e sabiam que ele tinha uma fama de curador. Por isso, todos clamaram, porque precisavam de cura, pois pela medicina, estavam condenados.
Jesus não se aproximou deles. Manteve a distância necessária exigida na época. Também não lhes disse que os curaria. Mas, teve compaixão daqueles homens!  E pediu para que eles se dirigissem aos sacerdotes, para que eles pudessem examiná-los.
Aqueles homens agiram com confiança, e fizeram o que Jesus pediu, mesmo sem evidência alguma de que seriam curados. E enquanto seguiam seu caminho, foram percebendo, um a um, que estavam sendo curados. Imagino que os seus corações se encheram de alegria!
Dentre eles, estava um homem samaritano. Os samaritanos eram desprezados pelos judeus. Havia certa rixa entre judeus e samaritanos, pois para os judeus, os samaritanos sempre agiam de forma incorreta, em tudo. Eram incapazes de fazerem algo certo. Este andava com os demais judeus, pois se identificaram na sua dor.
E justamente este, desprezado, de quem menos se esperava, foi o único capaz de voltar para agradecer a Jesus. Provavelmente ele tenha feito isso antes mesmo de chegar ao sacerdote. Ele dá meia-volta e retorna para agradecer pela bênção recebida. Os outros nove não se lembraram de agradecer.
O samaritano, que voltou, não recebeu apenas a cura física, mas também a cura espiritual. Ele entendeu que sua cura veio de Deus. Os demais, provavelmente atribuíram a cura para aquele cara milagreiro, que tem ajudado todo mundo, como se fosse apenas um curandeiro qualquer.
Quando nós ouvimos essa história, normalmente temos a tendência de acusar os nove leprosos que não retornaram. Os chamamos de ingratos. Dizemos que foram mal-educados, por não terem retornado para agradecer, não é mesmo?
Se fosse hoje, diríamos: teus pais não te ensinaram a agradecer?
Nós somos iguais aos dez leprosos, que prontamente sabemos pedir. Quando estamos em apuros, desesperados, quando precisamos de algo, logo pedimos a ajuda de Deus.
E nós também fazemos parte do grupo dos nove, que não voltam para agradecer.
Nós somos aqueles nove ingratos que não nos lembramos de agradecer a Deus pelos benefícios que nos concede a cada dia!
Quando sentamos diante da nossa mesa, com bastante comida, e esquecemos de agradecer pelo alimento que nós temos!
Somos os nove, quando a noite, antes de dormir, esquecemos de agradecer a Deus, por mais um dia vivido e pela proteção e cuidado.
Quando trocamos o dia de render culto a Deus por passeios, festas e diversões, quando damos prioridade a todas outras coisas, mas deixamos de buscar comunhão com Deus.
Somos os nove, quando damos nossa contribuição na igreja reclamando, de má vontade, dando apenas as migalhas, o que restou do nosso salário. As nossas contribuições e ofertas são (deveriam ser) nosso sinal de agradecimento a Deus por tudo o que Ele tem nos concedido!
Muitas vezes perdemos a capacidade de reconhecer a mão de Deus nas coisas que acontecem ao nosso redor.
Fazemos viagens longas, pegamos tráfego intenso, e achamos que é natural chegar em casa com vida.
As crianças caem de árvores e achamos normal que ela tenha quebrado apenas a perna, e não o pescoço.
Achamos que é algo normal, esquecendo-nos de que Deus esteve por trás, cuidando de tudo, dando proteção.
Nós lembramos sempre de clamar na hora do aperto, mas, muitas vezes, esquecemos de agradecer!
Aqueles nove foram até Jesus apenas para buscar aquilo que ele tinha a os oferecer. Para eles, Jesus não passou de um pregador curandeiro, desses que se tem aos montes por aí.
E para você, quem é Deus? Aqueles que reconhecem a Deus, conseguem perceber seu dedo em todas as coisas, e por isso, agradecem pelas bênçãos recebidas, pois seu coração se explode de alegria!
Aquele leproso que voltou, além de agradecer, teve a oportunidade de estar com Jesus, e assim, ouviu a palavra de bênção.
Que possamos buscar a Jesus, não apenas para receber suas bênçãos, mas para estarmos com ele e dele aprendermos! E que possamos viver com o coração grato por tudo aquilo que ele nos tem concedido! Amém.


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