Aprendendo
a agradecer!
Quando éramos crianças, e
ganhávamos algum presente, ou recebíamos alguma coisa de alguém, o que nossos
pais nos falavam? Eles sempre diziam: o que se diz? E nós respondíamos, algumas
vezes meio tímidos: obrigada!
Via de regra, nós aprendemos a
agradecer com nossos pais, não é mesmo?
A regra é: recebeu algum
presente, alguém te fez algum favor, agradeça! Isso, acima de tudo, é educação!
Mas, será que continuamos a
praticar esse agradecimento na nossa vida?
Lembramos de agradecer sempre
que recebemos um presente ou um favor de alguém?
E a Deus, lembramo-nos de
agradecer-lhe por toda bênção, por toda dádiva que dele recebemos?
A bíblia traz um relato de
algumas pessoas que receberam algo de Deus, mas nem todas se lembraram de
agradecer.
Confira em Lucas capítulo 17 versículos 11-19.
Jesus estava indo para
Jerusalém. Era sua longa trajetória rumo à cruz. No caminho, dez leprosos
vieram em sua direção, e ainda de longe, clamaram: Jesus, Mestre, tenha pena de
nós!
A lepra era considerada sinal de
pecado. Era uma doença contagiosa, e incurável. A lepra daquela época não é
comum em nossos dias. Hoje chamamos essa doença de hanseníase, e são poucos
casos, e tem cura.
Naquele tempo, os leprosos eram
obrigados a viverem isolados, separados da população. Por isso, viviam em
bandos, com o propósito de se protegerem e alcançarem bondade uns dos outros.
As cidades eram muradas, e os leprosos eram obrigados a se excluir do convívio
da família, vivendo fora dos muros da cidade. Quando alguém se aproximava deles,
eles precisavam anunciar que eram leprosos, gritando em voz alta: impuro!, para
que se mantivessem uma certa distância deles. A pele deles apodrecia dos seus
corpos. Mesmo vivos, eram cadáveres ambulantes.
Apenas o sacerdote tinha o
direito de dizer se eles poderiam voltar ao convívio da sociedade ou não. Se
alguém ficasse curado, deveria imediatamente procurar um sacerdote, para lhe
avaliar.
Um grupo de dez leprosos avistou
Jesus. Quando o vêem, logo gritam: Jesus, Mestre, tenha pena de nós! Eles já
haviam ouvido falar em Jesus, e sabiam que ele tinha uma fama de curador. Por
isso, todos clamaram, porque precisavam de cura, pois pela medicina, estavam
condenados.
Jesus não se aproximou deles.
Manteve a distância necessária exigida na época. Também não lhes disse que os
curaria. Mas, teve compaixão daqueles homens!
E pediu para que eles se dirigissem aos sacerdotes, para que eles
pudessem examiná-los.
Aqueles homens agiram com
confiança, e fizeram o que Jesus pediu, mesmo sem evidência alguma de que
seriam curados. E enquanto seguiam seu caminho, foram percebendo, um a um, que
estavam sendo curados. Imagino que os seus corações se encheram de alegria!
Dentre eles, estava um homem
samaritano. Os samaritanos eram desprezados pelos judeus. Havia certa rixa
entre judeus e samaritanos, pois para os judeus, os samaritanos sempre agiam de
forma incorreta, em tudo. Eram incapazes de fazerem algo certo. Este andava com
os demais judeus, pois se identificaram na sua dor.
E justamente este, desprezado,
de quem menos se esperava, foi o único capaz de voltar para agradecer a Jesus.
Provavelmente ele tenha feito isso antes mesmo de chegar ao sacerdote. Ele dá
meia-volta e retorna para agradecer pela bênção recebida. Os outros nove não se
lembraram de agradecer.
O samaritano, que voltou, não
recebeu apenas a cura física, mas também a cura espiritual. Ele entendeu que
sua cura veio de Deus. Os demais, provavelmente atribuíram a cura para aquele
cara milagreiro, que tem ajudado todo mundo, como se fosse apenas um curandeiro
qualquer.
Quando nós ouvimos essa
história, normalmente temos a tendência de acusar os nove leprosos que não
retornaram. Os chamamos de ingratos. Dizemos que foram mal-educados, por não
terem retornado para agradecer, não é mesmo?
Se fosse hoje, diríamos: teus
pais não te ensinaram a agradecer?
Nós somos iguais aos dez
leprosos, que prontamente sabemos pedir. Quando estamos em apuros,
desesperados, quando precisamos de algo, logo pedimos a ajuda de Deus.
E nós também fazemos parte do
grupo dos nove, que não voltam para agradecer.
Nós somos aqueles nove ingratos
que não nos lembramos de agradecer a Deus pelos benefícios que nos concede a
cada dia!
Quando sentamos diante da nossa
mesa, com bastante comida, e esquecemos de agradecer pelo alimento que nós
temos!
Somos os nove, quando a noite,
antes de dormir, esquecemos de agradecer a Deus, por mais um dia vivido e pela
proteção e cuidado.
Quando trocamos o dia de render
culto a Deus por passeios, festas e diversões, quando damos prioridade a todas
outras coisas, mas deixamos de buscar comunhão com Deus.
Somos os nove, quando damos
nossa contribuição na igreja reclamando, de má vontade, dando apenas as
migalhas, o que restou do nosso salário. As nossas contribuições e ofertas são (deveriam
ser) nosso sinal de agradecimento a Deus por tudo o que Ele tem nos concedido!
Muitas vezes perdemos a
capacidade de reconhecer a mão de Deus nas coisas que acontecem ao nosso redor.
Fazemos viagens longas, pegamos
tráfego intenso, e achamos que é natural chegar em casa com vida.
As crianças caem de árvores e
achamos normal que ela tenha quebrado apenas a perna, e não o pescoço.
Achamos que é algo normal,
esquecendo-nos de que Deus esteve por trás, cuidando de tudo, dando proteção.
Nós lembramos sempre de clamar
na hora do aperto, mas, muitas vezes, esquecemos de agradecer!
Aqueles nove foram até Jesus
apenas para buscar aquilo que ele tinha a os oferecer. Para eles, Jesus não
passou de um pregador curandeiro, desses que se tem aos montes por aí.
E para você, quem é Deus?
Aqueles que reconhecem a Deus, conseguem perceber seu dedo em todas as coisas,
e por isso, agradecem pelas bênçãos recebidas, pois seu coração se explode de
alegria!
Aquele leproso que voltou, além
de agradecer, teve a oportunidade de estar com Jesus, e assim, ouviu a palavra
de bênção.
Que possamos buscar a Jesus, não
apenas para receber suas bênçãos, mas para estarmos com ele e dele aprendermos!
E que possamos viver com o coração grato por tudo aquilo que ele nos tem
concedido! Amém.
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