terça-feira, 29 de março de 2016

Pregação Culto de Páscoa: Atos 10.34-43



O livro de Atos foi escrito por Lucas, discípulo de Jesus. Este livro foi escrito após a morte e ressurreição de Jesus, e narra os acontecimentos da igreja primitiva, que foi se formando após a ressurreição.
Quando Jesus ressuscitou, não apareceu para todas as pessoas. Nem todos tiveram o privilégio de verem o ressuscitado. Apareceu para poucos. Apenas para os discípulos e seguidores que precisavam saber que de fato as promessas da ressurreição eram verdadeiras, de que elas não haviam sido enganadas. Elas estavam andando com Jesus, presenciaram seu sofrimento e sua morte, mas em seu coração ainda existia a dúvida se Ele permaneceria morto ou de fato ressuscitaria. Quando esses seguidores viram Jesus ressurreto, seu coração se encheu de alegria! E então, foram cumprindo a ordem de Jesus, e passaram a anunciá-lo por onde iam. E assim foram formando comunidades cristãs.
Porém muitos seguidores ainda acreditavam que Jesus tinha morrido apenas para salvar o povo judeu, o povo de Israel. E acreditavam que todos os não judeus eram sujos, incrédulos e que viviam nas trevas. Consideravam inferior quem não era judeu. Por isso acabavam deixando de falar de Jesus aos não judeus, que eram os que talvez mais precisassem ouvir o evangelho. Eles foram de certa forma esquecidos pelos seguidores de Jesus. Mas a ordem de Cristo havia sido dada: vocês devem pregar o evangelho a toda criatura, em todos os lugares, até os confins da terra.
O povo de Cristo estava falhando em sua missão de anunciar, mas Deus não permitiu que seu projeto de alcançar todas as pessoas falhasse! Deus mesmo deu um jeito de alcançar os que não eram judeus. E então, neste contexto aparecem dois personagens: Pedro e Cornélio.
Pedro era discípulo de Jesus Cristo. Andou com o Mestre, aprendeu dele. Foi incrédulo algumas vezes. Cometeu o pecado de negar a Cristo não só uma, mas três vezes. Mas ele se deixou ser transformado, reconheceu seu erro, seu pecado, e recomeçou uma nova história. Porém, mesmo tendo essa transformação, ainda era preconceituoso. Também achava que Jesus Cristo tinha morrido para um grupo escolhido. Levava a lei a sério, e não deixava se contaminar com alimentos considerados impuros.
O outro personagem, Cornélio, era um oficial romano, morador de Cesaréia. Era piedoso, religioso, temente a Deus, respeitado pela sociedade, com um bom poder aquisitivo. Será que poderia faltar alguma coisa na vida desse homem? Deus mostrou a ele que algo estava faltando sim. Ele costumava fazer suas orações a Deus. E certo dia, imaginem o susto que ele não levou: Deus ouviu e respondeu a oração de Cornélio, e inclusive enviou um anjo para falar com ele. E este anjo diz que tudo o que Cornélio vinha fazendo era bom e necessário, mas que faltava algo em sua vida. E o anjo pede para Cornélio mandar trazer um homem chamado Pedro. Cornélio fica feliz com a resposta de Deus, e pede para chamar Pedro, e também já avisa toda sua família e seus amigos, e chama para irem até sua casa, para que todos pudessem ouvir o que esse homem teria para dizer.
Em contrapartida, Deus aparece a Pedro em um sonho, uma visão, onde uma voz dizia: não considere impuro aquilo que Deus purificou!
E imediatamente após esse sonho, os homens enviados por Cornélio chegam até a casa de Pedro. O Espírito Santo diz a Pedro que ele deve ir com esses homens.
Fico imaginando o que se passou no coração de Pedro. Ele carregava dentro de si um preconceito em relação aos não judeus. Imagina ter que ir na casa deles, e ainda comer o que eles comem? Ele foi e obedeceu a ordem de Deus, mas imagino que por dentro, ele estava resistente, querendo passar a tarefa para outra pessoa.
Quando Pedro chega na casa de Cornélio, este explica a Pedro que todos ali estão prontos para ouvir a mensagem que ele tem para dizer.
Então Pedro abre a boca e dá seu testemunho acerca de Jesus. Não sabemos o tempo que Pedro ficou falando. O que aparece no texto é um resumo, uma síntese do testemunho que ele deu. Mas em seu testemunho, Pedro fala sobre quem foi Jesus. Conta que Jesus curava e fazia milagres. Que libertou as pessoas, porque elas precisavam de libertação, de compaixão. E que mesmo assim, muitas pessoas o rejeitaram, e decidiram colocá-lo em um madeiro, tirando a sua vida. Mas que Deus interveio e não permitiu que Jesus ficasse morto. A morte não venceu Jesus! O diabo não venceu Jesus. Nossos pecados não venceram Jesus. Jesus venceu, porque Deus o ressuscitou dos mortos! E Pedro diz que Jesus apareceu para algumas pessoas, para que elas espalhassem essa notícia a todos. E que tudo isso aconteceu, porque era necessário que Jesus morresse para que todas as pessoas pudessem ter o perdão de seus pecados!
Enquanto Pedro falava, Cornélio e seus familiares e amigos ouviam a mensagem com o coração, com toda atenção.
Esse encontro só foi possível por causa do Espírito Santo, que agiu na vida de Pedro e Cornélio. E porque ambos obedeceram ao chamado dele. A partir daí, o evangelho passou a ser anunciado de fato a todas as pessoas, sejam elas judias ou não. A partir desse episódio a ordem de Jesus começou a ser cumprida de fato e verdade.
Cornélio era um homem bom. Talvez se olhássemos para sua vida, imaginaríamos que era um homem feliz, realizado, que nada estaria faltando na sua vida. E acredito que o próprio Cornélio achava isso também. Mas Deus lhe mostrou que algo faltava. Ele ainda não sabia quem era Jesus, e não sabia que este Jesus tinha morrido para poder perdoar os seus próprios pecados. Era isso que faltava na vida dele. Era esse encontro com Jesus!
Ao conhecer Cornélio, o próprio Pedro entendeu que Deus ama a todas as pessoas, e que deseja que todas elas, não importa a raça, cor ou religião, precisam conhecer a respeito de Jesus! No fundo, tanto Pedro quanto Cornélio, precisavam do perdão de Deus!
Muitas vezes nós somos como Pedro! Consideramos inferiores todas as pessoas que não fazem parte do nosso convívio, do nosso grupo, da nossa comunidade. Achamos que determinadas pessoas não precisam ouvir falar de Jesus. Achamos que a mensagem é só para nós, que Jesus morreu apenas para nós. E por isso, nos esquecemos de falar dele para outras pessoas. Ou até muitas vezes temos vergonha. Acontece que a ordem de Jesus sempre foi a de que o evangelho precisa ser pregado a todos. Que devemos falar de Jesus, apresentar Jesus para as pessoas, mesmo que elas não venham se tornar membros da nossa igreja. Todas as pessoas precisam do perdão de Jesus!
Hoje comemoramos a Páscoa. A Páscoa é essa notícia maravilhosa, perfeita, de que um dia, de forma cruel e sofrida, Jesus Cristo morreu por nós, onde foi pendurado em um madeiro e morreu ali naquela cruz. Mas que dias depois, Ele venceu a morte e ressuscitou! E que tudo isso aconteceu para termos a chance de sermos salvos, para que pudéssemos receber o perdão dos nossos pecados. Tudo isso custou um alto preço. Para nós, a mensagem, o perdão é de graça! Mas para Deus custou a vida de seu filho!
Muitas vezes nos acostumamos com essa mensagem. É tão normal, pois a cada ano ouvimos sobre ela novamente, que essa mensagem já nem toca mais. Já não nos comove, já não faz arder nosso coração. E por isso, acabamos guardando ela para nós mesmos.
Há um livro, chamado “Sem Deus no mundo”, em que conta a estória de um menino que foi criado sozinho em uma aldeia, e que ninguém lhe falava de Jesus. Até que na aldeia apareceu um teólogo que, por insistência do menino, lhe falou de Jesus.
Há uma parte do livro que sempre fala muito comigo. Diz assim:
“... O estranho leu, e leu... Ele leu como o Senhor Jesus sofreu no Getsêmani por nós; como chegou a ser preso; como, após a traição de Judas, foi amarrado e levado à prisão; como todos os seus discípulos o abandonaram... como ele foi surrado e maltratado... Pilatos, mesmo sabendo que Jesus era inocente, mandou que o açoitassem e, depois, o condenou à morte na cruz. Os soldados (...) enfiaram em sua cabeça uma coroa de espinhos, de modo que o sangue gotejava sobre o seu rosto. Sim, foi martirizado de tal forma que ninguém mais conseguia reconhecê-lo... Sobre os seus ombros feridos teve que carregar, ele próprio, a grande cruz. Depois, chegando ao monte, Jesus foi pregado pelas mãos e pelos pés na cruz. Lá ficou ele, pendurado entre os céus e a terra... O sol queimava sobre as suas feridas, e o seu sangue escorria pela cruz. Por causa do forte calor, Ele gritou: “Estou com sede!” Deram-lhe vinagre e fel para beber, em vez de água. Durante três horas Ele permaneceu pendurado na cruz, nesse sofrimento... Logo depois, entregou o seu espírito ao Pai, pendeu a cabeça e morreu.
... Neste ponto, o forasteiro teve que parar a leitura, pois Marquinhos se jogara ao chão em prantos, chorando de dar dó porque o Filho de Deus teve que morrer daquele jeito para salvá-lo do inferno. – O estranho largou o livro e inclinou a cabeça, ao ver o menino chorando tão amargamente.
E, se não fosse sua vergonha, ele mesmo choraria também – choraria por saber tudo isto há tanto tempo e, no entanto, nunca deixara essas coisas lhe tocarem o coração; choraria por causa de seus próprios pecados, os quais levaram o Filho de Deus para a sepultura".


Jesus Cristo mudou a história da humanidade. A história está dividida em Antes de Cristo e Depois de Cristo. Graças aos discípulos e seguidores de Jesus, de todos os tempos, que se empenharam em passar o evangelho adiante, é que hoje temos a oportunidade de saber acerca de tudo o que aconteceu.
Porém, ainda hoje há muitas pessoas, como Cornélio, que não sabem da maravilhosa notícia da ressurreição.  Ou pelo menos há ainda pessoas que não foram tocadas por essa mensagem, e por isso, ainda há algo que está faltando na vida delas. E essas pessoas precisam de alguém como Pedro, que se dispõe a testemunhar sobre Jesus.
A mensagem precisa ser anunciada! Precisa ser pregada por todos nós!
Eu quero hoje desafiar a vocês a falarem dessa mensagem de Jesus para alguém. Anuncie a Cristo! As pessoas precisam saber que quem morreu não foi o coelhinho, mas sim o próprio Jesus!

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