Todo ano, a IECLB lança um tema com um lema, para ajudar nas conversas e diálogos da comunidade durante o ano. Quem sabe qual é o tema e o lema da igreja para este ano de 2016?
Tema do Ano para 2016: Pela Graça de Deus, livres para cuidar.
Lema: “Buscai o bem e não o mal”. Amós 5.14a.
Convido a lermos o texto bíblico do lema, para entendermos o que ele quer dizer para nós.
Ler Amós 5.1-17
Amós era pastor de ovelhas e também cultivava árvores que davam uma espécie de figos pequenos. Ou seja, era um homem humilde, simples. Morava em um lugarejo do reino de Judá.
Era um homem dedicado a Deus, e Deus então o chamou para profetizar para o povo de Israel. Os profetas eram enviados por Deus para chamar as pessoas ao arrependimento, para que elas pudessem abandonar seus maus caminhos e voltarem-se para Deus. Deus pediu para que Amós fosse até Israel, o reino vizinho, para apontar os pecados daquele povo. Se eles se arrependessem dos seus caminhos errados e voltassem para Deus, Deus os perdoaria. Mas, se optassem em continuar praticando a maldade, Deus os castigaria.
O povo de Israel, que era o povo de Deus, estava vivendo um período de paz. Não tinha guerra contra nenhum povo, e as pessoas estavam prosperando. Porém, o povo estava cada vez mais virando as costas para Deus. Estavam fazendo o mal abertamente. Quem tinha comércio, colocavam um valor alto nos produtos para lucrarem bastante. Cobravam impostos altos e abusivos. Pegavam as pessoas bem pobres e as obrigavam a serem escravas. Era uma realidade onde havia muita gente rica, mas também havia uma pobreza muito grande. “O rico ficava cada vez mais rico, e o pobre cada vez mais pobre”, sendo que os ricos enriqueciam às custas dos pobres. Isso gerava uma injustiça muito grande. Os ricos viviam em casas luxuosas, davam festas com banquetes enormes, mas ninguém se importava em ajudar os pobres – só explorar.
Em julgamentos nos tribunais, juízes aceitavam suborno dos ricos, e com isso condenavam inocentes. E em suas atividades diárias, o suborno era grande. Além disso, eram idólatras, adoravam vários deuses. Viviam uma imoralidade sexual muito grande. Pais e filhos dormiam com as mesmas mulheres, para termos um exemplo.
As pessoas boas, ficavam em silêncio. Não faziam nada para mudar a situação, não se manifestavam contra o mal.
Mas... a maioria das pessoas continuavam indo aos templos, levando os seus dízimos, fazendo suas ofertas para seus pecados, louvavam a Deus. Porém não mudavam de vida. E achavam que, por estarem indo ao templo, estava tudo bem com Deus.
Deus pede então para Amós falar desses pecados, dizendo que isso estava deixando Deus furioso. E que eles deveriam abandonar as maldades, e voltarem-se para Deus, para não receberem seu juízo.
Amós chamou o povo para darem meia-volta, para abandonarem o mal e buscarem o bem. Muitos não quiseram dar ouvidos à ele, outros mandaram que calassem a boca.
Olhando para o tempo de Amós e a nossa realidade hoje, eu pergunto: as coisas mudaram de lá para cá?
Os séculos mudaram, mas parece que tudo continua a mesma coisa.
Se olharmos para o Brasil, notaremos nitidamente a desigualdade social. A corrupção também é enorme, desenfreada. Há cobranças de impostos abusivos. Há muita gente pagando e aceitando suborno.
Este ano é novamente ano de eleições. Os políticos ficam em evidência. E com isso, podemos ver estampado nos jornais os atos de corrupção de muitos. Há um descrédito muito grande em relação aos políticos. É difícil de acreditar que haja alguém realmente honesto, que não tenha se corrompido.
Mas, eu pergunto: será que somente os políticos são corruptos? Somente eles são desonestos?
Quero contar uma estorinha para vocês:
“Um homem tinha 12 filhos e precisava sair da casa onde morava e alugar outra, mas não conseguia, por causa da filharada.
Quando ele dizia que tinha 12 filhos, ninguém queria alugar porque todos sabem como muita criança junta estraga as coisas e tinham medo que destruíssem a casa. O pobre homem não podia mentir, portanto, tinha que falar pra todos que perguntassem que tinha 12 filhos!
Ele estava ficando desesperado; o prazo para se mudar estava se esgotando.
Daí teve uma ideia: mandou a mulher ir passear no cemitério com 11 dos filhos. Pegou o filho que sobrou e foi ver casas junto com o agente imobiliário. Gostou de uma e o agente perguntou quantos filhos ele tinha.
Ele respondeu que tinha 12.
Daí, o agente perguntou assustado:
- mas doze é muita criança! Onde estão os outros?
E ele respondeu, com um ar muito triste:
- estão no cemitério, junto com a mãezinha deles...
E foi assim que ele conseguiu alugar uma casa sem mentir.
Este homem da estória, falou alguma mentira? Mas, será que ele foi honesto? Aqui nos diríamos: ele usou do nosso “jeitinho brasileiro”. Esse jeitinho que nós damos e usamos tantas vezes é pecado!
O homem da estória não mentiu, isso é verdade. Mas ele omitiu uma verdade, e foi desonesto com o agente imobiliário.
Nós temos o costume de falar mal dos políticos e apontar o dedo para eles, acusando-os de sua desonestidade (não defendo nenhum político, e sei que de fato quase todos são corruptos e desonestos). Mas, vemos os erros deles, e acabamos esquecendo de ver nossos próprios erros.
Quero fazer algumas perguntas para vocês:
- Quem já furou fila alguma vez na vida?
- Quem já mandou dizer para o filho que não estava quando não queria falar com alguém que apareceu à porta, ou que estava ao telefone?
- Quem já aceitou algum tipo de suborno ou subornou alguém?
- Quem já omitiu informações para não pagar imposto?
- Quem já mentiu a idade dos filhos para pagar ingresso mais barato no cinema ou em qualquer outro lugar?
- Quem já aceitou qualquer tipo de recompensa, seja dinheiro, cesta básica, em troca de voto de algum político?
Agora eu pergunto: qual é a diferença entre nós e entre os políticos? Será que há muita diferença entre nós e eles? Nós também somos corruptos e praticamos o mal!
Praticamente todos os dias passamos por situações onde precisamos optar entre o certo e o errado, entre ser honesto ou corrupto, entre falar a verdade ou a mentira.
Eu pergunto: o que é mais fácil nós praticarmos? O bem ou o mal? O mal sempre é mais fácil. As crianças aprendem a maldade cedo, por isso, elas precisam ser ensinadas a fazerem o certo.
Quando agimos de forma errada, nos colocamos sob o juízo de Deus. Muitas vezes o mal que praticamos, até uma simples mentira ou fofoca, pode prejudicar muita gente.
A mensagem para aquele povo dos tempos de Amós, uma mensagem tão antiga, serve para nós também.
Deus nos chama para o arrependimento, a abandonarmos todo ato de maldade e a fazermos o que é correto, o que é certo. Ainda hoje Deus nos chama para abandonarmos o mal, para nos voltarmos para ele, e buscar fazer o bem, buscar fazer o que é correto, vivendo uma vida justa e honesta perante as pessoas.
Que possamos atender esse chamado de Deus, pedindo para que ele nos ajude a lutarmos contra o mal!
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